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Cosipa, audiência pública, farsa, obediência...

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Hoje, quinta-feira, dia 18, com inicio às 18h00, estendo-se até às 20h00, aconteceu a Audiência Pública do Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) da ampliação da Cosipa (Companhia Siderúrgica Paulista - Empresa do Sistema Usiminas), no Bloco Cultural de Cubatão.

O "debate-farsa" foi iniciado com uma explanação dos tecno-eco-burocratas da Cosipa, com aquela "conversa mole" toda, slides, quadros, gráficos, palavras eco-modernas, economês... Enfim, pirotecnia capitalista.

Um dos tecno-eco-burocrata, que se diz "ambientalista", chegou a falar, pasmem, que a expansão da Cosipa trará ganhos ambientais para a região, e que a expansão desta siderurgia não provocará nenhum desmatamento nem dano aos mangues e aquela região estuarina.

Ainda contou que o Plano de Modernização e Expansão da Cosipa, vai reduzir os níveis de emissões de poluentes no ar. E, claro, como bom burocrata, travestido de ecologista, falou principalmente dos "ganhos econômicos" com a ampliação da Cosipa: milhares de empregos, movimentação da economia regional, estadual e nacional, arrecadação de impostos etc. Enfim, na visão dele, de "embusteiro capitalista", tudo lindo e maravilhoso com a expansão da Cosipa. A Natureza é só um detalhe, que pode ser mitigado.

Por outro lado, quando abriu o "debate" para as entidades da sociedade civil, foi bizarro, simplesmente nenhum grupo ou individualidade se posicionou abertamente e taxativamente contrário à implantação do Plano de Modernização e Expansão da Cosipa em Cubatão/Santos. Muito pelo contrário, os grupos e pessoas aplaudiam e louvavam a iniciativa da Cosipa. Lá estavam sindicatos, empresários, grupos "ambientalistas" e ONG´s que a Cosipa apóia com "migalhas" através de leis de incentivos culturais, cosipanos bajuladores, partidos de todas as cores, políticos de plantão.

E tudo muito bem decorado, afinado com o discurso desenvolvimentista da Cosipa. A empresa, para quem não sabe, que mais emite gases causadores do efeito estufa (entre eles o gás carbônico, o CO2) no Estado de São Paulo, e uma das campeãs em acidentes fatais, que, após a privatização da fábrica, já levou à morte 38 trabalhadores, sem falar das péssimas condições de trabalho que os trabalhadores suportam nessa indústria do aço, ferros-gusa, minérios... E que, ainda, tem a "cara de pau" de dizer em suas propagandas oficiais que é modelo de "responsabilidade social e ambiental".

Sinceramente, nunca tinha presenciado coisa mais grotesca, servil, acrítica. O que faz o dinheiro, hein? Eu mesmo nem "participei", fiquei só observando o teatro farsesco, e dando uns gritinhos de "farsa", "demagogia". Tudo muito deprimente, desanimador. Me senti humilhado, um idiota no meio de tanto cinismo e hipocrisia.

O auditório estava cheio, mas tudo muito certinho, ordeiro, disciplinado, dentro do script. As pessoas estavam ali mais para laurear a Cosipa, comer e beber do "rango" servido por essa empresa naquele picadeiro de "pão e circo". A coisa foi tão surrealista, cômica, que a maior parte do tempo da audiência, quando ela acontecia, os presentes ficaram é se servindo dos "comes e bebes".

Enfim, estamos perdendo. Quer dizer, a Natureza vai perder mais uma vez, em nome do progresso, do desenvolvimento, do dinheiro, do emprego... Tristes tempos! Tempos de bundões! Tempos de submissão!Tempos de pessoas de almas sebosas!

Moésio Rebouças

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