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LLX: cega em tiroteio nas negociações do Porto Brasil

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A cidade de Peruíbe, que concentra diversas riquezas ecológicas,
é alvo de um dos empreendimentos de Eike Batista



Há uma semana, PortoGente mostrou ( veja aqui ) que o primeiro dia de negócios da empresa portuária LLX na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) foi um sucesso, com alta de 23,11% no valor dos papéis ordinários em um só dia. Entretanto, a alegria do megaempresário Eike Batista não durou muito. O problema ventilado na mídia nos últimos dias é que ele decidiu colocar as ações da LLX no mercado sem informar aos investidores o imbróglio que envolve a posse do terreno escolhido para sediar o Porto Brasil, em Peruíbe (SP).

O porto, que tem custo estimado em R$ 6 bilhões, deve ser construído em uma área de 24 milhões de metros quadrados cujo título de propriedade remonta ao século XIX. A construção do empreendimento tem gerado diversas críticas da comunidade ambiental e de parte dos moradores da região do litoral sul paulista.

Entretanto, nos comunicados aos investidores, a LLX nunca citou o assunto, limitando-se a informar que o processo de licenciamento ambiental do local corre de maneira regular. Desde o ano passado, sabe-se que a empresa negociou a compra da área com os donos do Espólio Leão Novaes, cujas placas delimitam o terreno.

O problema é que a Sociedade Industrial e Comercial (Sincal) se diz a verdadeira dona da área e nunca foi procurada pelo grupo de Eike Batista. Para completar a confusão, a Folha de S. Paulo informou que, na Secretaria de Patrimônio Público da União (SPU) a Sincal consta como ocupante do terreno. Vale lembrar que, pelas regras da Bovespa, a LLX deveria ter divulgado a informação, pois isso pode afetar a cotação dos papéis e a decisão dos investidores 'de comprar, vender ou manter aqueles valores mobiliários'.

O que gera o impasse entre os donos do Leão Novaes e os representantes da Sincal é a data de documentos que os dois têm em mãos. A Sociedade alega que possui um registro de 11 de julho de 1854 sobre a área, enquanto o Espólio Leão Novaes arquiva um papel datado de 1856. Procurada por todos os lados envolvidos, a SPU garantiu que, até o momento, o terreno está em nome da Sincal. Ou seja, para construir o Porto Brasil, a LLX teria que deixar de falar com quem negociou até agora e procurar integrantes da Sociedade.

Por sua vez, a assessoria de imprensa da LLX informou que a documentação da área em que quer instalar o Porto Brasil foi analisada detalhadamente antes da assinatura da opção de compra do terreno. A empresa ressaltou que deu transparência ao litígio sobre as terras do Porto Brasil por meio dos registros da MMX, também de Eike Batista e que atua na exploração de minérios. Segundo a LLX, a obrigatoriedade de publicação existe apenas no caso de ofertas públicas de ações, o que ainda não foi o caso. Como se vê, a empresa de Eike Batista continua batendo na mesma tecla. Enquanto isso, mais obstáculos vão aparecendo para a instalação do almejado porto em Peruíbe.

Fonte: Porto Gente

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