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Universitários não conhecem e não se interessam por sustentabilidade

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Por Paula King
paulaking@aprendiz.org.br

Superficial. Essa é a profundidade do interesse e do conhecimento dos universitários brasileiros sobre sustentabilidade. A conclusão é dos universitários Giuliano Sorelli, 22 anos, e Carlos Canhisares, 25. Eles percorreram 12 universidades públicas e particulares para repercutir e estimular a discussão sobre o tema. Foram mais de 5 mil quilômetros rodados, de Porto Alegre (RS) a Brasília (DF), somando 9 estados. Organizada pela Aiesec – organização estudantil mundial –, a iniciativa recebeu o nome de Rota pela Sustentabilidade. Seu objetivo era ajudar a divulgar o I Fórum Internacional de Comunicação e Sustentabilidade, que aconteceu na semana passada na capital federal.

A idéia original era chamar 3 mil estudantes para o fórum, solicitação feita pelo economista Mohammad Yunus, ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 2006, que participou do evento. Ledo engano. “Tivemos mais de mil inscrições, mas durante o fórum apenas 130 estudantes compareceram, a maioria de Brasília”, explica Canhisares. “A porção que deveria se preocupar com a sustentabilidade fez pouco caso do assunto”, avalia Sorelli. “Na maioria das universidades, principalmente as particulares, as pessoas não conheciam o tema e nem o significado da palavra”, completa.

Em todas as visitas, a pergunta era: “Você se considera sustentável?”. “Ouvimos muitos comentários como: ‘gostei muito de conhecer o assunto’, ‘agora vou começar a pensar sobre isso’”, lembra Canhisares. No entanto, a maioria dos estudantes que mais se interessaram, segundo ele, já trabalhava ou estudava assuntos relacionados, como geografia, biologia ou economia.

Apesar da falta de interesse dos universitários, uma parcela grande das pessoas que Canhisares e Sorelli conheceram no caminho foram mais curiosos. “Fomos abordados em restaurantes, postos de gasolina e até por guardas rodoviários. Não me lembro de uma pessoa que não se interessou pelo assunto”, comenta Sorelli.

Os estudantes acreditam que poucas pessoas sabem explicar o conceito de sustentabilidade, mas quando o termo é associado ao dia-a-dia das pessoas isso faz com que elas próprias reconheçam suas atitudes. “A questão talvez seja a de decodificar o conceito em ações”, conclui Viviana Garcia, 22 anos, membro na Aiesec em Brasília.

“O mais importante desta viagem foi tentar despertar nas pessoas a discussão sobre o tema sustentabilidade. Antigamente, pensar no futuro dos seus filhos era trabalhar e fazer dinheiro para ter uma casa e comida. Hoje, a questão é mais profunda e complexa que isso. Queríamos conscientizar as pessoas”, avalia Sorelli. “Porém, o tema ainda é novidade”, completa Canhisares.

Os dois universitários visitaram 12 universidades e passaram pelos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal.

Em Brasília, os 130 universitários participaram do fórum por um telão, no Clube do Exército, que transmitia simultaneamente as imagens do auditório onde aconteciam os painéis. O evento foi sediado dentro de um hotel. No final de cada apresentação, o grupo era autorizado a fazer três perguntas aos palestrantes.

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